O lápis – parte 1

Faço a repostagem desse tema que é atemporal e tão preciso para os estudante.
As mudanças foram no aumento de marcas nas papelarias.

“Temos vários detalhes para “falar” sobre o uso do lápis, como, qual marca é a melhor, qual graduação uso, como manuseio o lápis?
Ao visitar o blog do professor e ilustrador cientifico Rogério Lupo encontrei excelente texto referente sobre estas perguntas e transcrevo aqui:
“…Primeiro, é preciso entender as gradações do grafite e seus códigos. As letras H (do inglês “hard”) dizem respeito a grafites mais duros. Por isso, há o lápis H e, à medida que os números crescem, para 2H, 3H e assim por diante, vai aumentando a dureza do grafite, que assim produzirá sombras cada vez mais claras. São lápis usados para sombreados mais suaves ou traços bem delineados quando bem apontados. Mas devem ser usados com cautela e mão leve, porque marcam e sulcam o papel devido à sua dureza. Se soubermos usá-los com suavidade, serão muito adequados para delinear os esboços de um desenho em papel definitivo. Também são estes os lápis mais apropriados para superfícies mais resistentes como paredes ou pedras.

As letras B (do inglês “black”) dizem respeito a grafites mais macios e escuros. Da mesma forma, à medida que os números crescem, aumenta a maciez e portanto a capacidade de escurecimento do grafite. São lápis usados para as sombras mais escuras. O lápis HB tem amplo uso e se situa na gradação intermediária, nem muito duro nem muito macio.

É encontrada também a letra F (do inglês “Fine”), fazendo referência à ponta fina. São lápis indicados para contornos, usados bem apontados.

Sabendo disso, o ideal é que cada um procure ver como se adapta melhor conforme o uso. Pessoalmente, para obter sombras lisas e homogêneas, utilizo primeiro os lápis mais duros (uso apenas do H para os mais macios), preenchendo com uma sombra bem clarinha o desenho todo de forma igual (chapada) excetuando a área de luz. Mesmo com o lápis H, alguns papéis agarram tão bem o grafite que é preciso ter a mão bem leve (para isso é bom segurar no meio do lápis e deixá-lo cair com o proprio peso, sem impor o peso da mão). Quando percebo que o grafite começa a não fazer muita diferença ou que estou começando a fazer força demais e marcando o papel, passo ao lápis mais macio. Recomeço o mesmo processo e vou passando aos grafites mais escuros até o fim, a cada nova camada mantendo o sombreamento mais distante da área de luz, assim determinando o degradê.

Para evitar as indesejáveis marcas de traços no sombreado (eventualmente indesejáveis, já que traços podem ser úteis em texturizações), mantenho o lápis sempre brandamente apontado. Isso significa apontar mas deixar ao menos um pouco arredondado na pontinha mais extrema, para que o lápis não sulque o papel e nem deixe marcas mais escuras aqui ou ali.

As marcas que costumo recomendar são Bruynzeel, Cretacolor, Mitsubishi ou Faber Castell Alemão (jamais o Regent). Não parece, mas um lápis pode fazer toda a diferença na obtenção de um resultado satisfatório. Até mesmo quem tem total domínio e muita prática pode sofrer com um lápis de má qualidade.

Alguns lápis (mesmo os melhores, como o Cretacolor ou o até recomendável Koh-I-Noor) podem apresentar pequenos cristais no grafite, o que faz com que se perceba durante o desenho que o lápis parece não estar riscando, e sentimos uma textura diferente, um certo atrito. Nesses casos, só podemos nos resignar e ir experimentando outras marcas.

Caso sua sombra apresente pequenas manchinhas mais escuras, isso provavelmente não se deve ao grafite, se ele for de boa qualidade. Podem ser micro-resíduos de borracha. Por isso, procure limpar bem o papel antes de sombrear.

Para retirar ou corrigir sombreado, usa-se o limpa-tipos (uma massinha antigamente usada para limpar os tipos de máquinas de escrever). As marcas que recomendo são Milan (o melhor) e Cretacolor. Não recomendo nenhuma das outras, mesmo as mais elegantes marcas importadas, podem ser terríveis e gordurosas.

A massa deve ser usada com pequenas e leves batidas contra o desenho, de forma que ela arrancará o grafite, que grudará na massinha. Pode-se usar também friccionando (não como a borracha; passa-se a massa uma só vez e ela já retira muito grafite), mas é arriscado e melhor usar assim apenas em casos em que se quer retirar toda a sombra. Quando se sombreia novamente onde o limpa-tipos foi friccionado, podem surgir marcas por causa de resíduos. Isso não ocorre quando apenas batemos a massa no papel.

O limpa-tipos deixará marcas disformes se usarmos sem modelar, por isso procuro modelá-lo com a mão criando uma crista bem fininha e batendo essa crista no mesmo sentido do traço de grafite, assim é possível retirar o grafite traço por traço. Isso é excelente para pequenas correções de imperfeições. À medida que aquela região da crista da massinha fica saturada de grafite, é preciso remodelar a massinha, fazendo-se nova crista com massa limpa.”
http://rogeriolupo.blogspot.com/search/label/Grafite%20e%20seu%20uso

Visitem a pagina para conhecer os trabalhos do professor Rogério Lupo, e que aprendizado temos ao visualizarmos os seus desenhos.
Agradeço a todos os presentes no minicurso que ministrei na PUC. Em especial a Wesley, que participou e realizou o desenho acima postado, e ao sr. Mario Cesar por ter entrado em contato.

É desta forma que crescemos e aperfeiçoamos juntos.”

Aguardo suas dúvidas e sugestões, até mais.

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